Análise da situação Económica e Financeira
Duas abordagens distintas poderão ser utilizadas para
estudar o equilíbrio financeiro:
- Patrimonial ou
tradicional e,
- Funcional,
Abordagem Patrimonial ou Tradicional:
Visa dar a conhecer a capacidade da empresa para
satisfazer as suas obrigações de pagamentos com base no Balanço Contabilístico.
Neste, os elementos patrimoniais ativos são ordenados
segundo o grau decrescente de liquidez e os valores passivos segundo o grau crescente
de exigibilidade.
De acordo com esta análise patrimonial, o equilíbrio
financeiro ocorre sempre que o ativo corrente (elementos patrimoniais com
elevado grau de liquidez) seja igual ao passivo corrente (cujas rubricas
apresentem elevado grau de exigibilidade).
Segundo a regra do equilíbrio financeiro mínimo (REFM), cada aplicação deverá ser
financiada por uma origem, cujo grau de exigibilidade seja pelo menos igual ao
grau de liquidez (grau de exigibilidade
= grau de liquidez) da aplicação que está a financiar.
O capital utilizado pela empresa para financiar
determinado ativo deve ficar à sua disposição durante um prazo para que
corresponda pelo menos à duração do ativo adquirido com esse capital.
Contudo, atendendo à dinâmica do funcionamento da
empresa, o cumprimento desta regra não permite assegurar o equilíbrio global da
empresa, dado que ignora a natureza e a velocidade da rotação dos elementos
integrantes do ativo corrente, bem como a natureza e a calendarização dos
prazos de vencimento da dívida de curto prazo.
Explo:
Uma vez que o Ativo Corrente = Passivo Corrente
conclui-se que a empresa cumpre a regra do equilíbrio financeiro mínimo (REFM).
Contudo,
Admitindo que os Clientes vencem a 30d e o ciclo de
inventários é de 60d e que as dívidas a fornecedores e EOEP vencem a 30d e o
empréstimo é de 15d:
Verifica-se uma
Rotura de Tesouraria.
Abordagem Funcional:
A Abordagem Funcional do equilíbrio financeiro baseia-se
na informação preparada e refletida no Balanço Funcional, tendo em conta os Indicadores.
Capitais Permanentes (CP): rubricas integrantes do
ciclo de operações financeiras com caráter de exigibilidade de médio e de longo
prazo, recursos próprios e recursos alheios estáveis.
CP = Capital
Realizado + Resultados Transitados + Resultados Líquidos do Exercício +
Financiamentos Obtidos + Acionistas
Fundo de Maneio (FM): Capitais estáveis (próprios
e alheios) – ativo não corrente (> 1 ano).
Constitui uma margem de segurança financeira para que a
empresa possa suprir as roturas de tesouraria, traduzindo-se na parte dos
fundos de curto prazo que financiam os ativos correntes – excedentes de
capitais permanentes em relação ao ativo não corrente.
Fundo de Maneio = Capitais Permanentes –
Ativo Não Corrente
As variações do FM são explicadas pelas decisões que
afetam o Ativo não corrente e os capitais permanentes, nomeadamente pelas
decisões tomadas a nível da política de investimentos em capital fixo,
politicas de financiamento (emissão de novas ações, cobertura de prejuízos
pelos sócios, empréstimos de médio e longo prazo), política de depreciações e
amortizações de imparidades e de justo valor.
Fundo de Maneio Necessário (FMN): Conjunto das
necessidades financeiras, cujo financiamento não se encontra coberto pelos recursos
financeiros.
Tesouraria Líquida (TL): A relação fundamental que
permite determinar e avaliar a situação de tesouraria da empresa, reportada a
um determinado momento,
TL = FM – FMN
O valor da Tesouraria Liquida corresponde ao montante
disponível para a empresa satisfazer as suas obrigações decorrentes de rubricas
exigíveis de curto prazo,
Tesouraria
deficitária: FM < FMN
Tesouraria
equilibrada: FM = FMN
Tesouraria
excedentária: FM > FMN
Tesouraria
deficitária:
Advém de políticas de investimento e financiamento
inadequadas, fraco ritmo de depreciação e amortizações anuais, fracos níveis de
rendabilidade global, excessiva distribuição dividendos, elevados níveis de FMN
(aumento do crédito concedido, aumento dos níveis de existência e redução de
prazos de pagamento).
Tesouraria
excedentária:
Elevados níveis de autofinanciamento, forte ritmo de
depreciação e amortização anuais, políticas de financiamento demasiadamente
conservadoras (retenção de lucros e excessivo recurso a crédito de médio e longo
prazo), capitais permanentes demasiadamente elevados, reduzidos níveis de FMN
(redução do crédito concedido e redução dos níveis de stocks).
Cálculo da Tesouraria
A Tesouraria de uma empresa obtém-se com a fórmula T = FM - FMN
FM = Capitais Permanentes – Ativo Não
Corrente
Em que,
Capitais
Próprios = Capital realizado + Resultado Líquido do período
Contas a
pagar no médio e Longo Prazo = Financiamentos obtidos (empréstimo bancário)
Capitais
Permanentes = Capitais Próprios + Contas a pagar no médio e Longo Prazo
Ativo Não
Corrente = Investimento total - Depreciações acumuladas
FMN =
Necessidades Financeiras cujo financiamento não se encontra coberto por
Recursos Financeiros
Necessidades
financeiras de Exploração = Reserva de segurança + Clientes + (- Perdas por
imparidade + Inventários
Recursos
Financeiros de Exploração =Fornecedores - EOEP
FMN = Necessidades Financeiras – Recursos
Financeiros
Tesouraria da Empresa = FM - FMN
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