Proposição I – Expressão Analítica
Va = (CPa +
Da) = Xa / Rak
Rak = Xa /
Va
Va – Valor de mercado de todos os títulos (empresa a)
CPa – Valor de mercado do Capital Próprio (empresa a)
Da – Valor de mercado da dívida
Xa – Resultado médio esperado antes da dedução de juros e
impostos
Rak – Custo de capital da empresa sem dívidas da classe K
O valor de mercado
de uma empresa e o seu custo médio de
capital são independentes da estrutura
de capital.
O valor de mercado de uma empresa é dado pela atualização
do fluxo esperado dos resultados a uma taxa de desconto apropriada à sua classe
de risco.
O custo médio de capital é igual à taxa de atualização
adequada aos fluxos de resultados de uma empresa não endividada da respetiva
classe de risco.
De acordo com a Proposição I, a teoria de Modigliani e
Miller defende que o valor da empresa não depende da estrutura de
financiamento, sendo exclusivamente afetada pelas decisões dos gestores que se
repercutem no lado esquerdo do balanço, ou seja, pela estrutura dos Ativos,
resultantes das decisões de investimento.
Modigliani e Miller demonstram que não é possível reduzir
o custo do capital com a substituição de Capital Próprio por Capital Alheio,
embora o Capital Alheio possa apresentar custo inferior, porque à medida que o
montante da dívida aumenta o risco do capital próprio torna-se maior, logo mais
caro.
O aumento do custo do Capital Próprio compensa exatamente
a vantagem do Capital Alheio tornando o custo do Capital Total insensível ao
endividamento.
Explo: Empresa a não endividada
Empresa
b endividada
Diferem apenas na estrutura de capital.
Como a empresa a não está endividada, o valor total do
capital próprio (CPa) coincide com o valor total do ativo (Va) = €50.000
Na empresa b, endividada, o valor do seu capital próprio
(CPb) é igual ao valor do ativo empresa (Vb) menos o valor da dívida (Db).
CPb = Vb –
Db = €50.000 - €25.000
O valor da dívida é igual a €25.000
Em qual das duas empresas será mais vantajoso investir?
Ver ficha de
exercícios – Modigliani e Miller – Proposição I
a)
Se o investidor comprar 10% do capital próprio
da empresa a, sendo R o resultado esperado, o seu investimento e remuneração
seria o seguinte:
Capital Próprio = 25% = €25.000
Capital Alheio = 25% = €25.000
0,10 (R – (r x €25.000)) = 0,10 (R- (0,08 x €25.000) =
0,10R - €2.000
Logo,
Como se observa, a situação II não é comparável com a
situação I, porque é mais arriscada, requer menos investimento inicial.
Contudo, a participação nos resultados também é menor.
c)
Se o investidor contrair um empréstimo no valor
de 0,10D b por conta própria, a uma taxa de juro idêntica à da empresa (rc = rd
= 8%) e comprar 10% do Capital Próprio da empresa não endividada (0,10 Va =
0,10 CPa) o investimento a realizar e a respetiva remuneração seriam:
= 0,10 (Va – Db) = 0,10 (R – (rd x Db))
Situação I vs II: Investimentos
e remunerações diferentes
Situação
II vs III: Resultados iguais, montante
de investimento idêntico e 10% de resultado após juros.
Logo,
O
montante de investimento da situação II = (0,10 (Vb – Db))
Que
deverá ser idêntico ao da situação III = (0,10 (Va – Db)),
Pelo
que: Va = Vb
Nb:
Os custos de transação são inexistentes, não existem
impostos, a dívida empresarial e a dívida pessoal constituem substitutos
perfeitos entre si, os investidores podem conceder ou contrair empréstimos à
taxa de juro sem risco e, em caso de falência, a empresa não suporta quaisquer
custos.
Ao defender que o valor da empresa é independente da
estrutura de capital e o custo médio do capital é constante, a proposição I de
Modigliani e Miller contraria a abordagem tradicional da estrutura de capital.
Esta defende a existência de uma combinação de capital
próprio e de capital alheio que minimiza o custo de capital médio ponderado da
empresa e maximiza o valor de mercado.
A proposição I não se observa nas empresas porque os
pressupostos em que assenta não são realistas: as empresas e os particulares
não se endividam a taxas de juro isentas de risco, nem todos os investidores
dispõem da mesma informação, os custos de transação não são nulos, os processos
de falência incorrem em custos e os impostos não podem ser ignorados.
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