sexta-feira, 22 de maio de 2015

Critérios de Avaliação de Projetos


Taxa Média de Rendabilidade TMR


A TMR é um critério contabilístico baseado no resultado líquido do exercício, enquanto os restantes são critérios baseados nos cash-flow.

Embora se verifique uma progressiva preferência pelos critérios que envolvem o conceito de atualização, considerando o valor temporal dos fundos gerados pelo investimento sem cash-flows atualizados (como o PRI), a TMR é utilizada sobretudo em projetos de menor dimensão ou levada incerteza.

Explo:

Principais critérios:

A apresentação e crítica dos critérios mais frequentemente usados na avaliação e seleção de investimentos são feitas com base em três projetos alternativos:

O investimento é realizado no ano zero e é depreciado através de quotas constantes. A taxa de atualização dos cash-flows é de 10%.

Logo,

TMR = Resultado Líquido Médio / Valor Contabilístico Médio do Investimento

Como a TMR é baseada em documentos contabilísticos, exige pressupostos adicionais, tais como:

A taxa de imposto sobre lucros (t) = 30%
A margem bruta (vendas – custos variáveis):

Cálculo:

Este critério ignora a atualização, pelo que não distingue os projetos B e C, classificando-os na mesma posição.

Além disso, assenta no lucro contabilístico que é um indicador pouco rigoroso dos ML do projeto e, consequentemente, dificilmente comparável com o investimento inicial.

Período de recuperação do Investimento (PRI)


O Pay back mede o período de tempo que o somatório dos cash-flows leva a igualar (recuperar) o investimento inicial.

É preferido o projeto que tenha o período de recuperação mais curto e assume-se que o fluxo de rendimento anual se distribui uniformemente ao longo do ano.

Pode levar a conclusões erradas se não atender à distribuição dos cash-flows durante o período de recuperação e não considerar os cash-flows gerados após o período de recuperação do investimento.

Pode ser calculado com e sem cash flows atualizados, sendo mais adequado a utilização de cash-flows atualizados.

Explo:

Sem cash-flows atualizados (PRI Simples):

PRI a = 1 ano

PRI b = 1 ano + (1.000-500/900) x 12 = 1 ano + 6,7 meses

PRI c = 1 ano + (€1.000-€900/€500) x 12 = 1 ano + 2,4 meses

Com base no PRI sem atualização, o Projeto a será o preferido.

Com cash-flows atualizados (PRI atualizado):

PRI a =

Ou                        VAL a (10%) = -€1.000 + (€1.000/1,10) = -€91


PRI b =

PRI b = 1 ano + (1.000 - 455/744) x 12 = 1 ano + 8,8 meses


PRI c =

PRI c = 1 ano + (1.000-818/413) x 12 = 1 ano + 5,3 meses

Incluindo a atualização no cálculo do PRI, o projeto C passa a ser o preferido.

Valor Atual Liquido (VAL)


A comparação entre o valor da moeda dentro de 1 ano e o seu valor atual faz-se através da aplicação do seguinte fator de atualização:

Fator de atualização = 1 / 1 + i

O valor atual de um capital C vencível no momento 1, será:

VA = C1 /1+i

VA =           Valor atual
C1 =            Capital no momento 1
i =                        Taxa de juro (atualização) Numa aplicação sem risco é a taxa de juro praticada pela banca.

A taxa de atualização representa a taxa mínima de rendabilidade do investidor e reflete o custo de oportunidade do capital medido pelo rendimento que o investidor deixa de auferir por não optar pela alternativa ao investimento realizado.

A comparação dos investimentos e custos do projeto com os seus rendimentos só poderá ser feita se todos os fluxos estiverem referidos ao mesmo momento temporal.

A taxa de atualização cumpre a importante função de homogeneizar os cash-flows do projeto.

Se existir um investimento (C0), que produz (C1) dentro de 1 ano, o VAL será:

VAL = -C0 + C1 / 1+i = (1+i / (1 + tx de inflação) – (1 + prémio de risco)) – 1

Rendabilidade = Lucro / Investimento = C1 – C0 / C0

A taxa de atualização representa a taxa mínima de rendabilidade do investidor e reflete o custo de oportunidade do capital medido pelo rendimento que o investidor deixa de auferir por não optar pela alternativa ao investimento realizado.

Podem definir-se duas regras básicas para a aprovação do projeto de investimento:

1ª      Valor superior ao custo         VAL> 0

2ª      Rendabilidade (TIR)> Custo de oportunidade do capital

A TIR é a taxa de atualização que torna o VAL nulo.

VAL = -C0 + C1/(1+i)^1 + C2/(1+i)^2+…+Cn/(1+i)^n

n - duração do investimento

VAL = somatório do cash-flow líquido / (1+i)^t

O resultado VAL enquadra-se numa das seguintes situações:

VAL> 0               

O investimento gera cash-flow que permite recuperar o valor do investimento, remunerar os capitais investidos à taxa exigida pelos investidores e criar riqueza em montante idêntico ao do VAL.

VAL <0

O investimento não gera cash-flows que permitem recuperar o valor do investimento e remunerar os capitais investidos à taxa exigida pelos investidores.

VAL = 0

O investimento gera cash-flows que permitem recuperar o valor do investimento e remunerar os capitais investidos exatamente à taxa exigida pelos investidores.

Juntamente com a TIR e o IRP, o VAL faz parte do conjunto de critérios que, por seguirem sempre a regra de utilização, são considerados mais rigorosos relativamente à composição de cash-flows originados em períodos diferentes.
De entre esta, o VAL é considerado o critério mais vantajoso.

Todos os projetos com VAL> 0 são passíveis de implementação, enquanto com VAL <0 deverão ser rejeitados.

Quanto maior for o VAL mais interessante será o projeto para idêntica taxa de atualização.

Explo:

Taxa de atualização de 10%
Qual o VAL dos projetos A, B e C?

VAL a = -€1.000 + €1.000/1,10^1 = -€91.000

VAL b = -€1.000 + €500/1,10^1 + €900/1,1^2 = €198.347

VAL c = -€1.000 + €900/1,10^1 + €500/1,1^2 = €231.400


O projeto C é o mais vantajoso, pois liberta fundos para recuperar o investimento efetuado e os custos de financiamento dos ativos, para cobrir a taxa de remuneração mínima exigida pelos investidores e gerar em excedente de €231.400.

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