Critérios de Avaliação de Projetos
Taxa Média de Rendabilidade TMR
A TMR é um critério contabilístico baseado no resultado
líquido do exercício, enquanto os restantes são critérios baseados nos cash-flow.
Embora se verifique uma progressiva preferência pelos
critérios que envolvem o conceito de atualização, considerando o valor temporal
dos fundos gerados pelo investimento sem cash-flows atualizados (como o PRI), a
TMR é utilizada sobretudo em projetos de menor dimensão ou levada incerteza.
Explo:
Principais critérios:
A apresentação e crítica dos critérios mais
frequentemente usados na avaliação e seleção de investimentos são feitas com
base em três projetos alternativos:
O investimento é realizado no ano zero e é depreciado
através de quotas constantes. A taxa de atualização dos cash-flows é de 10%.
Logo,
TMR = Resultado Líquido Médio / Valor Contabilístico
Médio do Investimento
Como a TMR é baseada em documentos contabilísticos, exige
pressupostos adicionais, tais como:
A taxa de imposto sobre lucros (t) = 30%
A margem bruta (vendas – custos variáveis):
Cálculo:
Este critério ignora a atualização, pelo que não
distingue os projetos B e C, classificando-os na mesma posição.
Além disso, assenta no lucro contabilístico que é um
indicador pouco rigoroso dos ML do projeto e, consequentemente, dificilmente
comparável com o investimento inicial.
Período de recuperação do Investimento (PRI)
O Pay back mede o período de tempo que o somatório dos
cash-flows leva a igualar (recuperar) o investimento inicial.
É preferido o projeto que tenha o período de recuperação
mais curto e assume-se que o fluxo de rendimento anual se distribui
uniformemente ao longo do ano.
Pode levar a conclusões erradas se não atender à
distribuição dos cash-flows durante o período de recuperação e não considerar
os cash-flows gerados após o período de recuperação do investimento.
Pode ser calculado com e sem cash flows atualizados,
sendo mais adequado a utilização de cash-flows atualizados.
Explo:
Sem cash-flows atualizados (PRI Simples):
PRI a = 1 ano
PRI b = 1 ano + (1.000-500/900) x 12 = 1 ano + 6,7 meses
PRI c = 1 ano + (€1.000-€900/€500) x 12 = 1 ano + 2,4
meses
Com base no PRI sem atualização, o Projeto a será o
preferido.
Com cash-flows atualizados (PRI atualizado):
PRI a =
Ou VAL
a (10%) = -€1.000 + (€1.000/1,10) = -€91
PRI b =
PRI b = 1
ano + (1.000 - 455/744) x 12 = 1 ano + 8,8 meses
PRI c =
PRI c = 1
ano + (1.000-818/413) x 12 = 1 ano + 5,3 meses
Incluindo
a atualização no cálculo do PRI, o projeto C passa a ser o preferido.
Valor Atual Liquido (VAL)
A comparação entre o valor da moeda dentro de 1 ano e o
seu valor atual faz-se através da aplicação do seguinte fator de atualização:
Fator de atualização = 1 / 1 + i
O valor
atual de um capital C vencível no momento 1, será:
VA = C1 /1+i
VA = Valor atual
C1 = Capital no momento 1
i = Taxa de juro
(atualização) Numa aplicação sem risco é a taxa de juro praticada pela banca.
A taxa de atualização representa a taxa mínima de
rendabilidade do investidor e reflete o custo de oportunidade do capital medido
pelo rendimento que o investidor deixa de auferir por não optar pela
alternativa ao investimento realizado.
A comparação dos investimentos e custos do projeto com os
seus rendimentos só poderá ser feita se todos os fluxos estiverem referidos ao
mesmo momento temporal.
A taxa de atualização cumpre a importante função de
homogeneizar os cash-flows do projeto.
Se existir um investimento (C0), que produz (C1) dentro
de 1 ano, o VAL será:
VAL = -C0 +
C1 / 1+i = (1+i / (1 + tx de inflação) – (1 + prémio de risco)) – 1
Rendabilidade
= Lucro / Investimento = C1 – C0 / C0
A taxa de atualização representa a taxa mínima de
rendabilidade do investidor e reflete o custo de oportunidade do capital medido
pelo rendimento que o investidor deixa de auferir por não optar pela
alternativa ao investimento realizado.
Podem definir-se duas
regras básicas para a aprovação do projeto de investimento:
1ª Valor superior ao custo VAL> 0
2ª Rendabilidade (TIR)> Custo de
oportunidade do capital
A TIR é a taxa de atualização que torna o VAL nulo.
VAL = -C0 +
C1/(1+i)^1 + C2/(1+i)^2+…+Cn/(1+i)^n
n -
duração do investimento
VAL =
somatório do cash-flow líquido / (1+i)^t
O resultado VAL enquadra-se numa das seguintes situações:
VAL> 0
O investimento gera cash-flow que permite recuperar o
valor do investimento, remunerar os capitais investidos à taxa exigida pelos
investidores e criar riqueza em montante idêntico ao do VAL.
VAL <0
O investimento não gera cash-flows que permitem recuperar
o valor do investimento e remunerar os capitais investidos à taxa exigida pelos
investidores.
VAL = 0
O investimento gera cash-flows que permitem recuperar o
valor do investimento e remunerar os capitais investidos exatamente à taxa
exigida pelos investidores.
Juntamente com a TIR e o IRP, o VAL faz parte do conjunto
de critérios que, por seguirem sempre a regra de utilização, são considerados
mais rigorosos relativamente à composição de cash-flows originados em períodos
diferentes.
De entre esta, o VAL é considerado o critério mais
vantajoso.
Todos os projetos com VAL> 0 são passíveis de
implementação, enquanto com VAL <0 deverão ser rejeitados.
Quanto maior for o VAL mais interessante será o projeto
para idêntica taxa de atualização.
Explo:
Taxa de atualização de 10%
Qual o VAL dos projetos A, B e C?
VAL a = -€1.000 + €1.000/1,10^1 = -€91.000
VAL b = -€1.000 + €500/1,10^1 + €900/1,1^2 = €198.347
VAL c = -€1.000 + €900/1,10^1 + €500/1,1^2 = €231.400
O projeto C é o mais vantajoso, pois liberta fundos para
recuperar o investimento efetuado e os custos de financiamento dos ativos, para
cobrir a taxa de remuneração mínima exigida pelos investidores e gerar em
excedente de €231.400.
Sem comentários:
Enviar um comentário