domingo, 31 de maio de 2015

4. Projetos Mutuamente Exclusivos e Aplicações da Regra do VAL

Análise da especificidade da seleção de projetos mutuamente exclusivos.

Alternativas de Investimento Incompletas

Dois projetos de investimento alternativos ou mutuamente exclusivos (projetos em que a realização de um exclui totalmente os cash-flow de outros) são alternativos incompletos quando diferem no investimento inicial (escala), no período de vida útil (timing) ou em ambos.

O caso da divergência no investimento inicial (escala) é interessante apenas pela especulação que se pode fazer em torno da aplicação do diferencial entre o investimento do projeto de maior dimensão e o de menor dimensão.

Será que esse excedente pode ser aplicado em condições de obter um VAL positivo?

Esse VAL será superior à diferença entre o VAL do projeto de maior dimensão e o de menor dimensão?

As decisões de investimento devem basear-se no VAL, pois é o único critério que reflete a dimensão absoluta dos investimentos (as diferenças de dimensão de projetos mutuamente exclusivos).

Explo:

Dois projetos alternativos de vida distintos
Taxa de atualização:                                     10%
Qual será o escolhido,

VAL a = €21,49
VAL b = €24,34               VAL b> VAL a

O argumento a favor do projeto A incide sobre o fato de nos anos 1 e 2 permitir libertar mais meios financeiros (excedente de €20, por ano) do que o projeto B.

Será que se pode reinvestir essa quantia de modo a obter um VAL de pelo menos €2,85 de forma a superar o diferencial entre o VAL a e o VAL b?

Desde que todas as oportunidades de investimento sejam identificadas poderão ser adequadamente tratadas em termos do VAL, bastando respeitar a regra: quanto maior o VAL melhor o projeto.

Contudo, esta regra não se aplica se o projeto de investimento se repetir no tempo.

Neste caso, a comparação em termos de VAL não é necessariamente exata, dados os projetos de mais curta duração permitem o reinvestimento antecipado em relação aos de maior duração.

A simples atualização efetuada é incompleta porque não inclui a situação relativa a um horizonte temporal comum.

As alternativas incompletas resultam da comparação entre séries de cash-flow com diferente duração ou investimento inicial.

As decisões de investimento devem basear-se no VAL, porquanto este é o único critério que reflete a dimensão absoluta dos investimentos.

Métodos de Avaliação de Alternativas Incompletas

Análise temporal mínimo e Cash-flow médio equivalente.

Estabelecer um horizonte temporal mínimo comum aos projetos:

1.    Calcula-se o menor horizonte temporal comum (6 anos) e determina-se o VAL:
  
2.    VAL a = €53,9
VAL b = €42,6

Ao contrário do exemplo anterior, o projeto mais interessante passa a ser o projeto A, demonstrando que a análise com base na comparação simples do VAL, conforme feito no exercício anterior, pode induzir um erro quando se verifica que os projetos têm períodos de vida diferentes e se repetem ao longo do tempo.

Recorrer ao Cash-Flow Médio Anual Equivalente (CFMAE)

O horizonte temporal mínimo comum dos projetos alternativos pode ser muito longo e, consequentemente, obrigado a cálculos complexos e morosos.

Por exemplo, a comparação entre dois projetos com 6 e 7 anos de duração, respetivamente, obrigaria à análise de um período de 42 anos (menor múltiplo comum).

Este procedimento pode ser simplificado, desde que se adote um período uniforme de análise (o ano) e se determine a renda fixa equivalente, ou seja, o CFMAE.

1.    Determina-se o VAL

VAL a = 21,5         2 anos.
VAL b = 24,3                  3 anos.

2.    Divide o valor do VAL pelo fator de atualização para estimar o CFMAE de cada projeto e seleciona-se o projeto com o CFMAE mais elevado.

CFMAE a = 21,5 / = 21,5 / 1,736 = €12,4

CFMAE b = 24,3 / = 24,3 / 2,487 = €9,78

Os resultados obtidos revelam a superioridade da sequência do cash-flow do projeto A, face à alternativa do projeto B.

Estabelecer um horizonte temporal mínimo comum aos projetos:

1º Calcula-se o menor horizonte temporal,
2º Calcula-se o VAL dos projetos.

Recorrer ao CFMAE:

1º Calcular o VAL dos projetos,
2º Dividir o VAL pelo fator de atualização.

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