4. Projetos Mutuamente Exclusivos e Aplicações da Regra do VAL
Análise da especificidade da seleção de projetos
mutuamente exclusivos.
Alternativas de Investimento Incompletas
Dois projetos de investimento alternativos ou mutuamente
exclusivos (projetos em que a realização de um exclui totalmente os cash-flow
de outros) são alternativos incompletos quando diferem no investimento inicial
(escala), no período de vida útil (timing) ou em ambos.
O caso da divergência no investimento inicial (escala) é
interessante apenas pela especulação que se pode fazer em torno da aplicação do
diferencial entre o investimento do projeto de maior dimensão e o de menor
dimensão.
Será que esse excedente pode ser aplicado em condições de
obter um VAL positivo?
Esse VAL será superior à diferença entre o VAL do projeto
de maior dimensão e o de menor dimensão?
As decisões de investimento devem basear-se no VAL, pois
é o único critério que reflete a dimensão absoluta dos investimentos (as
diferenças de dimensão de projetos mutuamente exclusivos).
Explo:
Dois projetos alternativos de vida distintos
Taxa de atualização: 10%
Qual será o escolhido,
VAL a = €21,49
VAL b = €24,34 VAL
b> VAL a
O argumento a favor do projeto A incide sobre o fato de
nos anos 1 e 2 permitir libertar mais meios financeiros (excedente de €20, por
ano) do que o projeto B.
Será que se pode reinvestir essa quantia de modo a obter
um VAL de pelo menos €2,85 de forma a superar o diferencial entre o VAL a e o
VAL b?
Desde que todas as oportunidades de investimento sejam
identificadas poderão ser adequadamente tratadas em termos do VAL, bastando
respeitar a regra: quanto maior o VAL
melhor o projeto.
Contudo, esta regra não se aplica se o projeto de
investimento se repetir no tempo.
Neste caso, a comparação em termos de VAL não é
necessariamente exata, dados os projetos de mais curta duração permitem o
reinvestimento antecipado em relação aos de maior duração.
A simples atualização efetuada é incompleta porque não
inclui a situação relativa a um horizonte temporal comum.
As alternativas
incompletas resultam da comparação entre séries de cash-flow com diferente
duração ou investimento inicial.
As decisões de
investimento devem basear-se no VAL, porquanto este é o único critério que
reflete a dimensão absoluta dos investimentos.
Métodos de Avaliação de Alternativas Incompletas
Análise temporal mínimo e Cash-flow médio equivalente.
Estabelecer um horizonte temporal mínimo comum aos projetos:
1.
Calcula-se o menor horizonte temporal comum (6
anos) e determina-se o VAL:
2.
VAL a = €53,9
VAL b = €42,6
Ao contrário do exemplo anterior, o projeto mais
interessante passa a ser o projeto A, demonstrando que a análise com base na
comparação simples do VAL, conforme feito no exercício anterior, pode induzir
um erro quando se verifica que os projetos têm períodos de vida diferentes e se
repetem ao longo do tempo.
Recorrer ao Cash-Flow Médio Anual Equivalente (CFMAE)
O horizonte temporal mínimo comum dos projetos
alternativos pode ser muito longo e, consequentemente, obrigado a cálculos
complexos e morosos.
Por exemplo, a comparação entre dois projetos com 6 e 7
anos de duração, respetivamente, obrigaria à análise de um período de 42 anos
(menor múltiplo comum).
Este procedimento pode ser simplificado, desde que se
adote um período uniforme de análise (o ano) e se determine a renda fixa
equivalente, ou seja, o CFMAE.
1.
Determina-se o VAL
VAL a = 21,5 2 anos.
VAL b = 24,3 3 anos.
2.
Divide o valor do VAL pelo fator de atualização
para estimar o CFMAE de cada projeto e seleciona-se o projeto com o CFMAE mais
elevado.
CFMAE a = 21,5 /
= 21,5 / 1,736 = €12,4
CFMAE b = 24,3 /
= 24,3 / 2,487 = €9,78
Os resultados obtidos revelam a superioridade da
sequência do cash-flow do projeto A, face à alternativa do projeto B.
Estabelecer um
horizonte temporal mínimo comum aos projetos:
1º Calcula-se o menor horizonte temporal,
2º Calcula-se o VAL dos projetos.
Recorrer ao CFMAE:
1º Calcular o VAL dos projetos,
2º Dividir o VAL pelo fator de atualização.
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