Teoria da Agência:
Defende que tanto o Capital Próprio como o Capital Alheio
acarretam custos de agência que afetam o valor da empresa.
Por isso, é importante encontrar a estrutura de capital
que minimizará a soma desses custos.
Se a empresa tiver um nível de endividamento excessivo,
incorrerá em elevados custos de agência relacionados com a dívida, o que
afetará negativamente o valor da empresa.
Esta teoria baseia-se na relação de agência que se
estabelece quando uma pessoa (o
principal) contrata outra (o agente)
para que atue em seu nome ou o represente num determinado âmbito de certos
problemas de decisão.
Na relação de agência, uma vez que os parceiros
(dirigentes, acionistas, credores, etc.) têm objetivos e interesses
específicos, surgem com frequência problemas de agência que originam custos de agência.
Foi através do estudo de Jensen e Meckling (1976) “Theory of the firm: managerial behavior,
agency costs and ownership structure” que a teoria da agência foi
introduzida no campo das finanças.
Os custos de agência, entre os proprietários e os
dirigentes, poderão surgir quando estes, ao reduzirem a sua participação no
capital, aumentam a sua propensão para o consumo de “extras associados ao
emprego”, pois os custos que suportam com esse consumo são correspondente à sua
participação no capital.
Os custos de agência também surgem da relação entre os
dirigentes e os credores.
Por exemplo: os dirigentes, gozando de responsabilidade
limitada, têm incentivo para expropriar riqueza dos credores através de
decisões de investimento que aumenta o risco de incumprimento de obrigações da
empresa associada com a dívida contraída.
Explo:
Perante os projetos A e B, em que B apresenta um risco
mais elevado e um valor esperado global maior e se ambos os projetos forem
financiados totalmente com fundos próprios, os dirigentes escolherão o projeto
A.
Enquanto forem financiados também por capital alheio,
optarão pelo projeto B, pois é esta que lhes proporcionará mais valor esperado
de capital próprio.
É de acrescentar que o contrato de empréstimo poderá
prever cláusulas que contribuam para reduzir os custos de agência surgidos da
relação entre dirigentes e credores, nomeadamente, impedir o aumento de taxas
de dividendos e colocar restrições ao uso dos ativos.
À luz desta
teoria, a empresa atinge a estrutura de capital ótima quando o montante total
de custos de agência, associados à dívida e ao capital próprio, é mínimo.
Explo:
O projeto A tem €200.000 de encargos associados à dívida.
As previsões de cash-flow foram feitas atendendo a dois cenários: expansão e
recessão com igual probabilidade de ocorrência e os valores previstos são,
respetivamente de €500.000 e de €200.000.
O projeto B tem €100.000 de encargos associados com a
dívida. As previsões de cash-flow foram feitas atendendo a dois critérios de
expansão e recessão com igual probabilidade de ocorrência e os custos previstos
são, respetivamente, €550.000 e €100.000.
Qual será o projeto adequado?
Suponhamos que a empresa Xd é uma endividada e o projeto
A é o de menor risco,
Valor esperado do projeto A = ((€200 x 0,5) + (€500 x
0,5)) = €350
Valor esperado do projeto B = ((€100 x 0,5) + (€550 x
0,5)) = €325
Valor esperado do CP A = ((€0 x 0,5) + (€300 x 0,5)) =
€150
Valor esperado do CP B = ((€0 x 0,5) + (€450 x 0,5)) =
€225
Se o projeto fosse financiado somente com CP, o projeto
de menor risco (A) seria o escolhido.
Contudo, os acionistas optarão pelo projeto de maior
risco porque é o que apresenta o valor esperado mais elevado de CP.
Desta forma, os credores não beneficiarão do ganho do
projeto de maior risco na situação de expansão, mas ficarão prejudicados em
recessão.
A opção dos acionistas não será, naturalmente, favorável
aos credores (teoria dos jogos).
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